encruzilhada
Ele sabe. De todas as consequências das suas palavras, dos seus actos. Sabe também que nunca esteve, que não quis saber, a não ser quando precisou de ti. Sabe, obviamente, o quanto mentiu, das promessas e declarações de amor que fez em vão, sabia que não as sentiu verdadeiramente, como quem realmente ama. Ele sabe, talvez até tu poderás saber menos do que ele quando o quanto ainda agora permanece, aí bem dentro de ti, a ténue linha de esperança de o teres de volta. Porque, apesar de ser distante, ele conheceu-te. Portanto, ele sabe, e sabe de ti. Saber de ti, porém, não significa que sempre soube. Por te perder, percebe agora quem és, quem sempre foste, quem querias ser com ele. E disso, o quanto ignorou, fingiu. Se quiseres, podes dizer que sempre fugiu. É que, pudesse ele saber de ti, não sabia de si próprio. Fugia do que queria, do que procurava sem mexer uma palha para realmente procurar. Ele pouco sabia de si. Foi dando-se ao acaso, e por acaso chegou a ti. Ele nunca acreditou que...