salvação
É domingo, e agora
queres a salvação.
Faz bálsamo da tua língua e,
ainda que em frágil pano,
o cru da tua nudez dirá
se a alma lhe combina jus,
ou se lhe é, meramente,
concubina.
Meu desejo é de pureza, luz
rarefeita na entrega. Sombras
que preservem a primeira
história ente nós.
Haja outono, e os meses
do trigo maduro, tarde
razão dos nossos beijos.
O bálsamo será para de óleo
ungires a minha pele santuário,
teu resguardo de desejo.
Para que, depois da labuta semana,
haja fogo outra e mais vezes
– essas, serão as que desejares.
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foto de Ana Luar Vaz
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