jardim das delícias


Para que queres o meu corpo eréctil, mulher, se és toda tu dedos comoção, dactilógrafa para o teu resumo final do cio, na carne viva que ofegas? Gargalhas fundo no teu «oh sim!», sem medo de o mundo se acabar por caralho nenhum haver ou algum artifício que o substitua. Mesmo que haja, e há certamente, equívoco caralho que sempre se inquiete com alheia e líquida vulva estremecendo a labutar. Eu sigo sem incomodar, mas atento: líbido levantada em carmesim tumescência, a meia haste embandeirada por qualquer luto ou consideração; ao canto dos lábios um soslaio de sorriso esboçando prazer, senão morto perante desajustada interpretação. Que faria diferente a gula da haste adentro em ti nessa espiral de carne, mais as bocas unas de cabeça às pernas, a meio prodígio, e o umbigo suspirando e borbulhando muito? Tudo isto é só máscula imaginação minha, conquanto te bastam teus dedos em vau invertido, manifestando-se nos incansáveis movimentos entre as tuas delicodoces carnes. Pelo que, para queres de mim corpo eréctil, mulher, se sirvo para quase nada? Basta-me ser espectador do teu êxtase auto-infligido, ficando eu igualmente satisfeito. Curioso apenas de como ocorre a rega desse jardim das delícias em ti… porque, em mim, cacto ao alto, ardendo na noite fria do deserto, delícia nenhuma fermentou. Mesmo testemunhando as tuas consecutivas manifestações: ventre em contrações, coxas tremendo, e a boca desenfreando a voz que expele esse gutural «oh sim!».


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foto de Dmitry Chernoff

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