soneto do reencontro



Coloca-te gentilmente dentro de mim
vendo as árvores altas mexendo.
Denso, duro, faz movimentos assim
como esses com que o vento

faz mexer aquelas folhas. Na sombra
a relíquia das mãos, intento
de amor puro, em vagas a onda
do nosso afecto. Maior cá dentro

a carne tumefeita, fluidos volvendo
tempestade de chorar por coisa
nenhuma. Tu em mim como hera fodendo

outra trepadeira alta, meus olhos de loiça
o quanto a saudade vem doendo.
E quando te vens eu gritando como doida.


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foto de Lozhkin Vyacheslav

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