esperança
Houve uma súbita e inesperada
ruptura no quotidiano e
já nem o canto dos pássaros livres
se parece, ou será o mesmo.
O que, per si, tudo diz dos dias
que julgávamos pacíficos,
se nada mais esperávamos
senão a serena e constante
rotação do planeta.
Nos dias que virão, resta-nos agora
aguardar pelo repique dos sinos.
E então, quando os ouvires,
em ode de alegria ou requiem aos mortos
(Bach oder Beethoven)
lembra-te que o som estrondoso dos sinos
é também o meu acorde
para comungar contigo nova alvorada.
E que cada martelo sobre cada sino
desenha o meu abraço
de esperança.
(les oiseaux chanteront toujours)
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foto de Martin Valentin Fuchs
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