quimera
Gordurosos os dedos
da gota do primeiro limão
lambido como sangue
que nenhum coração bombeia
a saque da sede
transido entre gelo e gin,
abre a gume a faca
e o sangue que brota
fresco e dentado
a dois grãos de pimenta
a gota na torneira
a ferro da forja,
o inverno em ferrugem
intenta a língua
servida por termómetros
e tudo se esgota em febre,
nuvens céu em tormenta
os sonhos os estereótipos
qualquer quimera,
meu deus se eu te quisera!
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foto de Aleksandr Kolbaya
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