balanço

 


Sei lá do cigarro que já não fumo,
do copo por onde já não bebo,
a terra de que esqueci o humo,
a penumbra de que tinha medo.

Não sei porque abro a braguilha
se monco ou cravo sem sumo.
Porquê a geografia de uma ilha
onde não amo – tão pouco durmo.

Sei do que me inda me intriga:
ser eu e não ser eu, e que mundo
me espera, e já não me inspira.

Sequer me cobra o quanto devo.
Nada, nem ninguém me obriga.
Nem o papel onde já não escrevo.


_
foto de Sergey Borisov

Comentários