dos demónios enjoados

foto de Andrzej Lisowski


Eu não teço elogios!
Somente, simplesmente,
digo o que penso e sinto.
Nenhum anjo perto
de mim para me derreter
nessa suposta boa acção.
Na verdade, só demónios.
Espantai-vos, então, com o
discernimento desses rabudos
cornudos, de língua bifurcada
e áspera, de cauda a indicar
os maus e piores caminhos.
É que, nem sempre mas por vezes,
os anjos, na sua pureza fatigante,
regurgitam um verde de inveja tal
e tão cruel, que os tais demónios
insurgem-se com delicadeza
e irrepreensível humanidade,
que aos próprios acaba por
enjoar. E eu uso, abuso, deles, 
nessa mísera condição.



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