poema modesto por iniciação
foto de Mustafa Vagci |
Mal nenhum quando és conduzido por aquele desejo de reiniciar. Nada, nem outra surpresa a complicar a decisão: tabula rasa sobre o que foste: aquela li-
(não totalmente!, contestas)
-nha que realmente te redefine
(ou às tuas vontades).
Mas, filosofia assim, basta; compreendes. Nós também. Afinal, são as lágrimas do copo sobre o forte papel. A resumir: gramagem acima do quanto basta, de ligeiro tom pastel, porosidade que alimenta a fome da tinta;
(como escorre a pena, semelhando-se a auto-)
não sei que diga de uma reacção abaixo do expectável medíocre, mas… Que sabem lá os inequívocos
(-móvel que passa defronte, um repetindo outro, e então são muitos, os automóveis, tão
(não quero contar os passos, nem os degraus, muito menos montar no burrico, mamã)
sacerdotes da palavra e do verso?
(com vendas, mamã, sem opção de seguir estrada à direita, vereda à esquerda)
tão dissimulados, ninguém pode ser automóvel que passa, não há um rosto, apenas rosnam motores, saturados pela maquinal sequência: não são pessoas que lambem os olhos e todo o rosto de outras com as cerradas vistas que têm).
Sabem nada esses, entendem nada, interpretam coisa nenhuma. O que gostaria
– glosando mestre a l a –
é dar trabalho aos críticos para daqui a quinhentos anos. Mais nada. Ali mora a bruxa velha. Não me quedo a observá-la, por mais curiosas que entenda as delirantes crendices. Signo nenhum têm bruxedos perante corpos propensos ao terreno. Como hímen entre o carbono, a água, e tudo o que mais, polarizada, tenha a terra onde me colhi e poderei sempre regressar. Será assim, e só assim, o reinício que almejas.
(-móvel que passa defronte, um repetindo outro, e então são muitos, os automóveis, tão
(não quero contar os passos, nem os degraus, muito menos montar no burrico, mamã)
sacerdotes da palavra e do verso?
(com vendas, mamã, sem opção de seguir estrada à direita, vereda à esquerda)
tão dissimulados, ninguém pode ser automóvel que passa, não há um rosto, apenas rosnam motores, saturados pela maquinal sequência: não são pessoas que lambem os olhos e todo o rosto de outras com as cerradas vistas que têm).
Sabem nada esses, entendem nada, interpretam coisa nenhuma. O que gostaria
– glosando mestre a l a –
é dar trabalho aos críticos para daqui a quinhentos anos. Mais nada. Ali mora a bruxa velha. Não me quedo a observá-la, por mais curiosas que entenda as delirantes crendices. Signo nenhum têm bruxedos perante corpos propensos ao terreno. Como hímen entre o carbono, a água, e tudo o que mais, polarizada, tenha a terra onde me colhi e poderei sempre regressar. Será assim, e só assim, o reinício que almejas.
Comentários