rotina



Habitua-te às pequenas fendas, sem esbugalhar surpresos olhos. Rende-te ao pó entranhado entre frinchas a deixar que os fungos se extremam, acumulados sob as tuas tentativas de lixívia. As nodosas arestas profundas, ciscos visíveis à lupa, empreendidos em estrume minúsculo. Aguenta-te à cisma da gordura pingada sobre o soalho, os tapetes tingidos e de farripas abandonadas. A esferográfica em trejeitos de síncope, mal grafando as palavras que a demência te vem ordenando como demanda. A tinta intermitente a deixar espaços para pequenos fantasmas de ridícula aparição, sudação desse estranho sentimento de desistência enquanto cai lá fora uma bátega insinuando que se adie qualquer coisa da vida e que te aligeira para dentro dos lençóis deixados pela manhã.

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