promessa

foto de Nikolay Brekhov


É domingo, e a manhã foi breve.
Bule o vento sobre a copa das árvores
de folha perene. O meu chá de ervas
doces, com o sol         ave poisando
no parapeito da janela do meu quarto.
Tenho um coro suave entre os ouvidos
e uma imagem do passado filtrada por
gotículas. Afeiçoam-me de sono as
memórias. Volveram horas, e aqui está
a tarde instalada. Um particular cheiro
da hortelã que cresce entre o doce
aroma da primeira relva aparada.
Pequenas flores bravias que se insinuam
perante nuvens ainda escuras, passageiras.
Pelo precoce pólen veio uma pequena
borboleta, de asas brancas.
Também a primeira. E tudo, assim,
a soar a sonho ou a conto fabuloso.
Precede bom augúrio para o que venha
ser em mim, retomando a vida nos
grandes e temperados dias.

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