dia do senhor

foto de Piotr Ciupka

O domingo de amanhã será o

(nosso)

primeiro domingo dos que invulgarmente ditam esperança por promessa

(e nem sempre o dia do senhor assinala em si a esperança de um amanhã mais promissor  diz o agnóstico, incomodado pelo ateu)

em que a noite, nascida hoje, sábado, cerca das dezanove horas e vinte minutos, seja amanhã, pela mesma hora, a véspera de luz para os dias mais longos. Ocasião de brinde, em copos de cristal com morangos dentro, havendo sinfonia nas torres sineiras, informando os incautos:

 Hurra! Hei! Oblá! Viva o dia do senhor!

mas só amanhã. Até porque foram os homens que encomendaram tal milagre e, perante silêncio do poderoso, decidiram agir:

 Esta noite, supostamente, durma o terreno uma hora menos para que mais uma hora dure a sua jornada, agora primaveril e fecunda dos desejos da flor e do fruto.



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delírios mais velados