ilação

foto Valentyn Kolesnyk

Por vezes, sinto que mundo outro não tens senão eu 
alargando os caminhos mais estreitos do teu coração.
Outras, só me vejo diluída no espelho por reflexo teu
sem me fazeres entender o que mudou. Que emoção

te indispôs para dilatares tanto esta crónica solidão?
Posso imaginar qualquer falta minha, que se perdeu
do discernimento afectado por minha apática condição.
E, dissoluta, sem sequer ter dado conta do que sucedeu,

acabo neste silêncio aguardando a desejada renovação
do que fomos um no outro, do teu corpo junto ao meu,
e dos dois espíritos também: nossa completa comunhão…

Acaso foi a madrugada, tingindo a minha alma de breu,
que te terá espantado? Terás ficado rendido ao aluvião
deste desespero? Foi morte? Diz-me o que aconteceu…



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