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foto de Gene Oryx
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A tua amada repousa a teu lado, lava do teu
vulcão. Observa os seus cabelos ruivos
– o fogo e a ternura das tuas noites de prazer.
Sente, Dário, sente:
tua boca sôfrega pela luxúria que dela emana,
a chama que percorre o teu baixo ventre.
Sacias-te com vinho? Doce ou amargo pretexto?
Bebes antes água, naufragando a tua sede,
mas que te pesa de dor nas entranhas.
Espera, Dário,
a tua amada dorme a teu lado
- esquecer-te-ás da proximidade libidinosa?
E o fogo dos seus cabelos prolongam-se
na tua ferida, dos pulsos o sangue carmesim
derramando sobre os seus seios.
Migrando da ternura o signo fogo,
perpetuando o que foi, o que é,
vai e há-de ser o sempre.
Ainda que tu, a sul no sol
ou, súmula de noite a norte,
a lua, a chama,
o sangue seguindo
vertente a tua
morte.
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