sábado



Espontaneamente, o teu rosto. Com um claro e evidente 

(clarividente?) 

estrondo. O amor incondicional. Esse éter que se materializa no sangue, carne e sentidos que definem a Mulher que sou. A que sempre fui e se atrasou no tempo. Viu os tempestivos humores da alma como barreiras intransponíveis, rastejou na lama como verme imundo, ascendeu no ar como pluma para variadas vezes ser assassinada por caçadores furtivos. 

Durante décadas foi logro, alternando sem nada entre a ilusão e a mentira. Sempre na espera que um ombro, que um colo, que uns dedos meigos entre os cabelos amenizassem o vazio. Sempre sem ninguém. Não havia ninguém. 

Na madrugada foi assim: fotografia instantânea, com o teu rosto dentro a fazer-se de sol redentor. A tua voz garantindo entre o fogo e os tormentos que, afinal, sempre valeu a pena. E soube assim, ali, da importância do teu sorriso resiliente. 

Se não foi isto um sonho, então entra, e sê o Homem.



Comentários

delírios mais velados