não sei quantos anos ainda
não sei quantos anos ainda…
ou se as varandas se cobrirão de pó
e humidade e insectos e os anos esbatendo-se
sobre a claridade dos dias e as sombras das noites
enquanto as flores já não suspiram para as bocas incrédulas…
sei que um ranger de dentes
e um punho fechado
e tudo quanto te aflige
enquanto a fome for
ainda e só
um homem de cócoras
ou de braços cruzados
sobre a vida
que já não o espera.
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um abraço
Teresa Sá Couto