para o mundo
Não sei se eu tu ou alguém que não tu ou eu assumindo, sentado e pensativo, a pose dos mais sábios ao formularem as leis do universo; por dentro move-se uma corrente concentrada de tudo aguardando a espasmódica sobriedade de um parto quase ético, mas dir-se-á amoral; e a careta
(como de espanto!)
desenha
(em desdenho)
um quase sorriso ao que se move vivo e pensante – a humanidade! – em espiral imperfeita que alivia numa descarga sem gorar polir os ombros e as mãos; os braços obrigam-se quietos ao abandono até virem estremecendo no êxtase do esperado orgasmo que pare, expele, sem amor à própria criação:
o terno pedaço com que quer acarinhar, caridoso em pleno, o esplendor deste mundo.
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