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da janela enamoramento
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foto de Gene Oryx
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Na rua, ele tem na mão alarvemente sacudindo
a sua ansiedade repreendida pelo esquecimento
na algibeira; e sacode tanto para que vá diminuindo
o sangue espalhado naquela ardência entumecendo.
Ela atordoa todos quem poderá vendo da sua janela
tão gentis movimentos que a ocupam após o banho.
Desse quadro tudo é figurativo menos a imagem dela
que se vê, ainda que a distância diminua o seu tamanho.
Faz sede só de vê-la, o que nele proporciona encantamento,
por tê-la assim à luz final do dia; e nisto do resto se abstrai.
Ela, com os cuidados do corpo, na sua intimidade, se distrai.
Pudessem, porém, saber um do outro, sem fingimento,
ele entraria quarto dentro a cercar sua tão peculiar presa;
e ela dissimularia, marota, por atrevida e tão boa surpresa.
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