lonjura
foto de Arthur Tress |
Eu sempre pressenti o fim quando o mundo
se sente chorando como os cães latindo
na lonjura.
Quero derreter as pálpebras no já
líquido sol poente, e fazer da vertente
da madrugada prometida a leste,
encimada de escuro,
a minha progressão ao outro lado.
Vou sentir-me concreto, e iludido, porém,
por ser derradeiro o acerto
dessa outra manhã que virá, por
última ocasião,
devolver-me à pedra.
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