salvação

 

foto de Denis Lytkin

E agora,
queres alguma salvação?
Faz bálsamo da tua língua e,
ainda que em frágil pano,
o cru da tua nudez dirá
se a alma lhe combina jus,
ou se lhe é, meramente,
concubina.

Meu desejo é de pureza, luz
rarefeita na entrega. Sombras
que preservem a primeira
história entre nós.
Haja primavera, nos meses do
trigo verde, imberbe
razão dos nossos beijos.

O bálsamo será para de óleo
ungir em minha pele santuário,
resguardo de desejo.
Para que, depois da labuta semana,
haja fogo outra e mais vezes.

Essas serão as vezes que desejares.

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