quinta-essência

foto de Dmitry Chernoff


Para que queres tu, mulher,
a minha mão, se és toda tu
dedos comoção, dactilógrafa,
em resumo final e pindérico do
cio, na carne viva que te ofega?

Gargalhas fundo no teu «oh sim!»
como se houvesse medo de mundo
se acabar ou caralho algum não pudesse
se inquietar com alheia e líquida vulva
estremecendo, pérfida, a labutar.

E eu seguindo presunçoso:
líbido levantada em carmesim
tumescência, e ao canto dos lábios
um meio sorriso esboçado, mantido
morto o inconforme beijo.

Só me beija quem na minha
boca do mineral se vem saciar
sem atender à sua foz, ou sequer
à sua nascente terrena e salival
antes do primeiro e único beijo.

Gula da haste adentro em ti nessa
espiral de carne, bocas unas de
cabeça às pernas, a meio prodígio,
quando o umbigo suspira e se vem
borbulhando muito, e tão satisfeito.


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