mãe de novo



Há milhares de mulheres como tu, neste mundo inteiro. Não queiras ser ou sentir como se fosses de todas a especial, ou única. Antes inteira, por seres parte inerente. Sem segredo, tudo te diz e revela que nada pode ser como pudesses preferir. Nem o ciúme algo acrescenta, de tão interesseiro. Se és peça imprescindível, nas tuas qualidades únicas, é garante do amor que ao mundo não desistes, que o queres permanente. 

Que bendigas esse amor que te aufere primavera, o solstício redentor, o amor que te ampara nos piores momentos de solidão, que te justifique as tristezas, que te suscita a nobreza de todo o amparo, por seres, simplesmente, mulher. Como um credo, como uma fé premente unindo a melhor qualidade humana. Da mesma forma como tão bendita foste ao nascer, humilhando os que de circunstância diversa de pouca fé foram sendo obreiros de nós o fim. 

Existes no mundo para o que és e tens de merecer, sem cruz ou punhal, com o mundo ascendente, sendo o resto desse mundo por vir de ti descendendo. Pois, se há mulheres nos milhares dos seres que se crêem humanos, ansiosos todos pelo lugar perene na primavera, haja delas quem da neve, da circunstancial semente, erga mundo novo, mesmo que a última a assim ser, da sua semente havemos de cuidar a esperança. 

Há-de vir, esse mundo melhor. Esse verdadeiro, único pela única essência do porvir, precedente, se crês seres tu a nossa mãe de novo. 

Comentários

delírios mais velados