metáfora epiderme


Ibai Acevedo, via Isola Mentale²


A tua pele, pétala por delicadeza e fremência feminina 

(negando, porém, o que dessa condição se venha a compreender como inerente fragilidade), 

quando roça os pequenos pêlos dos meus braços e ainda os das minhas coxas, no momento exacto anterior ao toque com a minha pele, também esta em volume de seda, a ceder à tentação da tua: é a minha manhã de frescura, a minha tarde de sede, a minha madrugada de espuma. 

O que sinto em tua pele não é a carícia das plumas, ou algo que roce à superfície. Sinto-lhe a seiva da raiz profunda, a entender o que és. O fascínio do primeiro momento e que continua fascinando-me sem ventos e brisas que percepcionem a passagem do tempo. 

Só não posso insistir ou exigir de ti quando tu não estás, com essa tua pele, ainda 

(ainda, por sôfrega esperança), 

ou enquanto não exista a simbiose que nos predique como unos.

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