mezinha
Tento agora, no render da tarde, curar com alguns centilitros de álcool a saudade rasgada em meu corpo do sabor e textura dos teus
(nossos?)
beijos, como quem queima a sangue frio uma ferida aberta que sangra, e dói, sem dó, a dar ares que irá doer para sempre se eu
(ou tu?)
nada fizer.
Dói esta solução com o copo a beirar o declive do abismo mas, pouco importa, pois nunca irá doer tanto como a flagrante saudade que tenho.
As nuvens deram tréguas a afastar o cinzento deste pardo inverno nascido, reparaste? Convite a deixar os livros abertos no chão, as mantas, as xícaras, o ronronar de som e luz da tv como salvação do naufrágio entre a solidão. E sair, sair daqui de onde dói, sair para a incerteza de um rosto que se procura, de um ombro para encostar a alma, talvez de alguém ferido com semelhantes lágrimas.
E, nesse caso, seriam precisos litros dessas lágrimas para sarar esta acutilante saudade dos teus
(nossos?)
beijos, como quem lava a sangue frio uma dilacerante ferida aberta com o sal da água do mar.
Dão louvores a essa mezinha, e dizem – eu estou para crer – que o mar sempre poderá, esse sim, curar de uma só vez tudo: as lágrimas entrando dentro, inundando os pulmões, apagando em farsa restrospectiva e em câmara lenta, o coração da mulher que quis ser tua e não se deu conta que o nunca foi.
E para saber isso, meu amor, nunca foi preciso que desenhasses qualquer adeus.
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Sleepless Heart
I wish you only well
I've always sensed
That my heart as to move on
I feel so oddly shy
Perhaps I should hold back
And force me on to lie
Foolish love
Soon will fall apart
Waking dreams
For a sleepless heart
To look at you could ease my pain
Could be enough for me
I've lost myself
As we lost one another
I wonder if you know
The way you've reached my heart
And touched my ailing soul
Foolish love
Soon will fall apart
Waking dreams
For a sleepless heart
Now
Foolish love
Soon will fall apart
Waking dreams
For a sleepless heart
Now
Soon
Foolish love
Soon will fall apart
Foolish love
Rodrigo Leão, A Mãe (2009)
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