de ti ou de um qualquer outono como este final de setembro
O outono terá começado e as chuvas primeiras que caíram terão acariciado os milheirais e fustigado as pedras
(as florestas ardidas com o hálito criminoso de agosto).
O crepúsculo tem o som assobiado do melro colorido de nostalgia, as palavras correm a menor velocidade, e os tapetes de folhas estalam sob os pés dos mendigos.
O descanso de uma gaivota no pilar da ponte é uma estátua de brisa espelhada nas águas do rio. As sombras quando anoitece são esses gatos pardos que se perdem vagabundos no colo do pensamento.
Finda setembro e não dei pelos dias que correram. Tudo é matinal em mim quando vindo de ti; e se gosto desta chuva é porque apenas me lavam do rosto as fadigas que teimariam em ficar.
Porém, partir do verão sem ti é negar todo o ano. Não quero que setembro se esgoste sem um beijo meu sobre a manhã de ti.
De ti, que resolves os humores com o cardinal da primavera como se não houvesse ano para celebrar e passar.
Não é minha vontade contrariar-te.
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