dois poemas estranhos
estão dois poemas estranhos
(no mínimo estranhos)
a observar o que sucede
onde são largados os pombos
levemente atordoados pela claridade
para o tiro ao alvo
ressoa o estrondo da pólvora
e sibila o vento
na velocidade do projéctil
as manchas de sangue catapultam-se no ar
tingindo a azul paz celeste
num revoar de plumas carmesim
e o grito dolente e mudo
arrancado da mais delicada laringe
que outrora rolava
cai em flecha numa certeza de terra
que por ser ainda sagrada
lhe torna a morte mais nobre
e faz do atirador um deus
Comentários
te sigo!
O que leio é demasiado bom para me manter calada.