crepúsculo



A tarde acalma-se nos tons do crepúsculo. Com o odor da erva calcada nos parques. As portas dos automóveis batem uma melodia de regresso. Sacode-se o pó dos sapatos, acomodam-se os quadros das bicicletas nas bagageiras com promessas de uma e mais outras vezes. O formigueiro da tarde decompõe-se, breve os patos e os gansos e os cisnes poderão respirar de descanso, como aquelas pequenas aves nos ramos mais altos chilreando a conquista do galho onde dormitar as plumas. E enquanto o mar se enche espumoso das cores do sol, os automóveis circulam com gente dentro até as ruas da cidade murmurarem um silêncio de alcatrão ferido. Aponto o horizonte na fronte da minha caminhada e pergunto, ao som de Metheny: 

- Are you going with me?


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